Mulher Maravilha: é tudo culpa de Zeus! (alerta de spoiler)

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HdTV - Mulher Maravilha

Levar a sério um filme onde um homem é atravessado por uma espada e ela sai das costas dele sem nenhuma mancha de sangue foi uma tarefa meio complicada, mas eu juro que tentei e, pasmem, acabei gostando deste filme mais do que da média dos filmes da DC.

A cena em questão faz parte de um falso clímax do filme, onde a Diana enfrenta um general alemão que ela incorretamente julga ser um disfarce de Ares, o deus grego da guerra. Eu chamo de falso clímax por que o verdadeiro Ares aparece depois e aí as coisas se complicam de verdade, mas não vou me adiantar muito. Por enquanto vamos só dizer que o filme me parece infantilizado demais para uma história de herois (ou, no caso, heroína) fortes e vilões bem malvados.

Para quem só conhece a Mulher Maravilha do seriado de TV dos anos 70, o filme pode ser uma decepção já que não há jato invisível e a Gal Gadot é muito menos cheia de curvas do que a Linda Carter. E antes que me chamem de machista, eu acho a Gal mais interessante, mas tenho certeza que muitos tiozões vão me xingar e dizer que a Linda era a verdadeira amazona. Digo isso por que ouvi algo parecido quando fui ver “Deadpool”.

Achei meio brega essa história da salvação pelo amor, ou seja, a vitória sobre Ares ter se baseado no amor, tanto o da Diana pelo Steve quanto o amor fraternal de toda a humanidade. Quer dizer, não sou contra o amor, mas colocar isso como suporte de uma história de herois me parece piegas. Tudo bem que a própria existência da Diana se deve ao “amor” entre a Hipólita e Zeus, mas isso acontece com todo os humanos, não?

Ah, e por falar em Steve Trevor, o corajoso agente secreto americano, empenhado em espionar os alemães e por um fim à guerra, me parece o sacrifício dele ao pilotar o avião carregado de explosivos (e explodir junto) elimina boa parte das possibilidades de contar histórias do pós-guerra ou mesmo da Segunda Guerra, o que seria bem interessante.

De uma forma que me parece natural, a história ignora a presença da Lança do Destino (aquela que aparentemente é encontrada no filme “Constantine”), que Hitler utilizou nos quadrinhos para manter os superseres afastados da guerra. É certo que isso foi na Segunda Guerra, mas a Lança já deveria existir e poderia muito bem ser utilizada por algum inimigo da Diana, o que eliminaria a vantagem de ser um super ser. Como eu disse antes, foi um “esquecimento” que favoreceu a história.

As sequências de ação foram bem legais e o desenho de produção retratando a Primeira Guerra foi satisfatório, apesar de simplificar bastante o campo de batalha.

A conclusão final é que se trata de um filme típico da DC, com uma heroína divina que se atrapalha quando tenta se aproximar da humanidade.

Quem sabe as coisas melhorem na inevitável continuação.

Ou talvez não.

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