Marvel:
5 – “A Saga de Magus” de Jim Starlin:
Foi o primeiro contato que tive com uma Joia do Infinito, no caso a Joia da Alma que ficava na
testa do Adam Warlock, bem antes dos arcos da Saga do Infinito (Desafio, Guerra e Cruzada) e
bem antes de histórias com mais personagens do que páginas.
Uma obra muito boa do Starlin, que recebeu agradecimentos especiais nos créditos de Guerra
Infinita, e que apresentou muitos personagens e conceitos que duraram anos e anos.
O final, com um batalhão de gente vivendo em harmonia dentro da Joia da Alma pode
remeter a uma das possíveis situações de “Vingadores 4”, que sai no ano que vem.
4 – “Massacre Marvel” de Andy Kubert, Mark Waid e Scott Lobdell
O que acontece quando se juntam as mentes do Professor X e do Magneto com o poder de
alteração da realidade do Franklin Richards, o filho do Senhor Fantástico e da Mulher Invisível,
potencialmente o mutante mais poderoso da Terra?
Desastre, claro! E dos grandes, com a criação de Massacre, talvez o vilão mais poderoso a pisar
no planeta e com uma obstinação alucinada para criar um governo mutante na Terra.
Foi preciso o sacrifício dos Vingadores e do Quarteto Fantástico, mas o luto durou pouco por
que alguns meses depois tudo voltou ao normal, se é que algo pode ser normal no multiverso
da Marvel.
3 – “Massacre de Mutantes” de Chris Claremont, Louise Simonson, Walter Simonson, John
Romita Jr. e Sal Buscema
Genocídio de mutantes (os Morlocks) por mutantes (os Carrascos).
Centenas de mortes, dor, sofrimento e desespero com os X-Men e o X-Factor atuando juntos
para impedir a matança.
Entre as principais consequências da saga podemos mencionar a transformação do Anjo (que
teve as asas amputadas) em Arcanjo, Cavaleiro da Morte de Apocalipse e o posterior
afastamento do Colossus, Noturno e Lince Negra, feridos seriamente nos combates e
afastados dos X-Men, o que redundou na criação do Excalibur.
2 – “A era de Apocalipse” de Scott Lobdell, Mark Waid, Fabian Nicieza, Roger Cruz, Steve
Epting, Joe Madureira e Andy Kubert
Viagem no tempo do Legião, o filho mega-poderoso do Professor X, para matar o Magneto no
passado acaba matando o próprio Professor X e altera tudo no presente, inclusive acabando
com a existência do próprio Legião!
Ou seja, mais um sinônimo de desastre!
Ou nem tanto, ao menos no início, já que o sacrifício do Professor X acaba fazendo com que o
Magneto mudasse de atitude e meio que tomasse o lugar do Xavier como mentor dos X-Men e
Novos Mutantes.
Mas o lado ruim é que o Apocalipse se sentiu à vontade para iniciar sua jornada pela
supremacia mutante e consegue estabelecer uma dominação na América do Norte e em várias
outras partes do mundo, com os Cavaleiros como adminstradores e o Fera Negro como uma
espécie de Dr. Mengele mutante, fazendo experiências genéticas e transformando mutantes
capturados em super-soldados do Apocalipse.
Foi preciso outra viagem no tempo, desta vez do Bishop, para impedir a ascensão do
Apocalipse e restaurar a realidade com Xavier e Magneto nos seus lugares habituais.
1 – “A Saga da Fênix Negra” de Chris Claremont, Dave Cockrum e John Byrne
Essa tem alto valor sentimental para mim e foi antes de descobrir que a Fênix não era a Jean
Grey mas sim uma entidade cósmica que tomou o lugar dela durante o acidente que teria
dados os super-poderes à ruiva.
Até saber disso eu já tinha chorado horrores com a luta dos X-Men com a Guarda Imperial de
Shiar na área azul da Lua, a inevitável mas brava derrota dos mutantes um a um, a intervenção
do Vigia e, o ápice, o suicídio da Fênix Negra ao perceber, na frente de um desesperado
Cíclope, que ela era uma ameaça incontrolável e que aquela era a única saída. A devoradora de
planetas percebe que jamais deixará de destruir, a menos que seja destruída primeiro. E como
ninguém tinha poder ou coragem para fazer o serviço, a solução cabia a ela mesma!
Foda!!!
Mal comparando, é como a decisão tomada pelo Doutor Estranho em “Vingadores – Guerra Infinita”, mas com
toda a carga emocional que sempre acompanhou todas as aventuras dos mutantes.
Acho que nunca mais uma saga de quadrinhos me marcou tanto.
DC:
5 – “Batman: Ano Um” de Frank Miller e David Mazzucchelli
Confesso que não gosto muito da arte, mas acho sensacional a recontagem da história do
morcego feita pelo Miller. É mais ou menos o contrário do que sinto com relação à recontagem
da origem do Superman pelo John Byrne, que foi um dos autores da fase mais áureas dos X-Men. Mas isso é outra história e outra editora.
Um Batman menos tecnológico, experiente e insano, mostrando os primeiros passos da sua
atuação no combate ao crime em Gotham e ainda sem qualquer relacionamento com outros
super-seres.
Uma ótima leitura para quem quer começar a ter contato com os herois da DC.
4 – “Asilo Arkham” de Grant Morisson e Dave McKean
Arte insana mesclada com dramas psicológicos e, por que não, questionando se o Batman não
seria tão insano quanto os internos do Arkham.
Preso em um prédio dominado pelo Coringa e tendo que enfrentar seus demônios enquanto
lida com seus maiores inimigos. Uma tarefa árdua e quase impossível quando se pensa que as
motivações do Morcego sempre tiveram a ver com traumas e tristezas.
Um maravilhoso exemplo de trabalho bem feito e que teve um sucesso estrondoso quando do
seu lançamento nos Estados Unidos em 1989.
Até hoje uma das história mais memoráveis com os personagens.
3 – “Batman, a piada mortal” de Alan Moore e Brian Bolland
Apesar de achar a arte do “Asilo Arkham” superior, coloco “A piada mortal” na frente na minha
lista de preferências por achar mais significativos os conceitos abordados pelo Alan Moore.
Da origem do Coringa até a agressão que deixa a Barbara Gordon paraplégica (e a obriga a
deixar de ser Batgirl e passar a agir como Oráculo), boa parte da história tem uma carga
emocional gigantesca e o Morcego não passa ileso por isso.
As imagens da tortura física e psicológica que o Coringa aplica ao Comissário Gordon são
chocantes, principalmente a insinuação de estupro após o tiro que a deixou paraplégica. Barra
pesadíssima para comprovar a teoria de que qualquer homem pode enlouquecer, mesmo que
se considere absolutamente normal.
2 – “Crise nas Infinitas Terras” de Marv Wolfman e George Pérez
Na época o lançamento, não havia grandes produções cinematográficas para mostrar como a
DC pode ser inferior à Marvel.
Muito pelo contrário, talvez a DC fosse bem superior à sua concorrente quando decidiu
unificar seus múlitplos universos em uma saga que afetou todas as revistas publicadas e,
naturalmente, todos os herois da editora. E digo que a DC era melhor quando penso em
“Guerras Secretas”, para mim uma trapalhada da Marvel, feita somente para vender
brinquedos e apresentar o uniforme negro do Homem-Aranha, que mais tarde virou o Venom.
O conceito não é nada simples: uma onda de anti-matéria que percorre todas as realidades do
espaço-tempo apagando da existência seres e mundos. O detalhe é que, diferente da Marvel
que usa o multiverso para acolher as diversas versões dos seus herois, o tal do Multiverso, na
DC cada realidade era usada para acolher os personagens que a editora foi adquirindo ao
longo do tempo e também as versões dos herois principais que foram lançadas na primeira
metade do século XX e que apresentam a idade compatível com o referido lançamento, casos
do Super-Homem e do Batman.
Voltando à anti-matéria, ela matou dezenas de herois, incluindo versões mais velhas dos
carros chefe da editora, e poupou outros que acabaram agregados a um mundo único, o que,
teoricamente, deveria facilitar a interação entre eles.
Uma saga muito emocionante e magistralmente desenhada, com tantos personagens em uma
mesma página que Guerra Infinita fica parecendo show do Lollapallooza logo após o almoço.
1 – “O Cavaleiro da Trevas” de Frank Miller
O início, o fim e o meio de tudo o que importa!
A versão definitiva das mágoas e traumas do Batman finalmente encontra a motivação de
fazer o que for necessário, inclusive enfrentar o Superman, para alcançar seus objetivos.
Os desenhos do Miller são sensacionais e a história não fica atrás quando mostra as versões
envelhecidas do Coringa (que sai de um estado catatônico depois de ver que o Batman voltou
à ativa muitos anos depois de sair de circulação) e da Mulher-Gato (que aparece como uma
mega-decadente dona de prostíbulo). Só o escoteiro kryptoniano aparece jovem, mas isso já
era esperado.
Li essa saga na primeira vez que ela foi publicada em capitulos periódicos (mensais, acho) e me
lembro da expectativa que existia para poder comprar a edição seguinte. Era como uma
revelação, uma revolução. Depois acabei comprando uma versão encadernada, mas só para
guardar mesmo. Nem tirei a revista do plástico. O que eu precisava fazer com aquele material
já havia sido feito anos antes.
E como a determinação do Batman não pode ser abalada, nem mesmo a triste morte do Alfred
muda os planos de fingir a própria morte e passar a agir nos bastidores, comandando uma
rede de agentes, com a providencial tolerância do Superman.
Boa parte dos conceitos desta saga foi usada no filme “Batman vs. Superman – A origem da
Justiça”, mas como eu já disse antes, a DC (e a Warner) sabe fazer gibis, não filmes.