Baseado fortemente na primeira minissérie do Wolverine, quando Logan fica noivo da Mariko e mata o Shingen, este filme foi intensamente malhado por público e crítica quando do seu lançamento e hoje entendo que uma das principais razões para isso foi o clímax final no combate com o Samurai de Prata.
Achei muito pobre o uso do armadura do Samurai apenas como suporte à vida do chefão do clã Yashida, que não existia na HQ e que se revelou pai do Shingen e avô da Mariko.
Mais pobre ainda foi a ideia de fazer novas garras de osso brotarem dos “tocos” metálicos deixados pelo Samurai de prata ao cortar as garras de adamantium durante a batalha para poder “extrair o fator de cura”. Quer dizer, as garras de metal só existem por que antes existiam garras de osso e, se elas são cortadas e o osso vai junto, de onde vem mais garras de osso?
E sobre a tal extração do fator de cura como se fosse um fluido que percorre o corpo do Logan, sem comentários. Achei bizarro demais, mas paciência.
Agora que já falei do que me parece ser o ponto mais baixo do filme, vamos tratar de outros aspectos, alguns deles até bem legais.
Achei que a Yukio foi suavizada e que o filme se focou na relação dela com a Mariko, quase de irmãs. Ela ainda é muito hábil na luta e no manejo da espada, mas não é mais aquela ninja pouco sentimental, o que não é exatamente um problema.
O tal pai do Shingen, que foi salvo pelo Logan na sequência inicial do filme que mostra a Segunda Guerra Mundial, no que parece ser o ataque atômico a Nagasaki, foi inicialmente mostrado como um covarde, que não conseguiu ir adiante no seppuku e, mais tarde, apareceu como um egoísta e inescrupuloso empresário, capaz de sacrificar a própria neta para preservar a própria vida.
O início do filme é até legal, com boa dinâmica, ao menos até a cena do enterro (falso) do avô da Mariko, onde acontece um ataque da Yakuza e o Wolverine é envenenado.
A diversão cai um pouco durante a cena de luta em cima do trem, meio sem nexo e exagerada, mas até volta depois que eles chegam a um retiro onde o Logan pretende proteger a Mariko.
Logo depois de falhar, ele tenta resgatá-la e acaba capturado, em uma sequência que acaba na mal fadada luta com o Samurai de Prata.
Para finalizar, este filme foi posicionado como uma continuação direta dos acontecimentos do “X-Men, o confronto final”, quando o Logan teria se isolado do mundo após matar a Jean e evitar que ela seguisse no processo de transformação em Fênix Negra.
Em resumo, um filme que não é horrível, mas não deve ter trazido muitos fãs novos para o Wolverine e para os X-Men.
Ah, ainda tem a cena pós-créditos que mostra o Xavier “de volta à vida” após (supostamente) transferir sua consciência para o corpo que era cuidado pela Moira MacTaggert. Isso por que o corpo original teria sido destruído pela Jean Grey no já mencionado “X-Men, o confronto final”. Há também uma menção direta às Indústrias Trask e à ameaça dos Sentinelas, o que nos remeteria ao filme “X-Men – Dias de um futuro esquecido”, mas isso é outra história.