Quando “Rogue One” começou a ser exibido nos cinemas, tomei o cuidado de me afastar do YouTube para não correr o risco de ver algo que atrapalhasse a minha experiência com o filme.
Minha preocupação não eram os spoilers, mas sim me deixar contaminar pelos sentimentos do autor do vídeo, fossem eles de entusiasmo ou fossem eles de crítica.
Eu queria uma experiência meio que só minha, algo como o que senti quando vi “Uma nova esperança” pela primeira vez, em uma sessão de gala da extinta TV Manchete, hoje Rede TV, na segunda metade dos anos 80.
Explicando um pouco melhor, eu não tinha nem idade e/ou nem dinheiro para ir ao cinema quando o Episódio IV estava sendo exibido e acabei vendo “O retorno de Jedi” no cinema antes de conhecer as primeiras aventuras de Luke. Coisas de classe média que quase arruinaram a minha relação com a saga.
Mas voltando ao último filme, eu cheguei ao cinema praticamente virgem de informações e acredito que foi a melhor coisa que eu fiz.
Foi verdadeiramente empolgante ver o símbolo da Lucasfilm de novo, ver a Estrela da Morte sendo montada, ver a origem do nome do esquadrão de caças do Luke e ver o Darth Vader mais malvado do que a Diretora da minha escola.
Eu até entendo a razão das análises técnicas que foram feitas mencionando a falta de desenvolvimento dos personagens (principalmente a Jin, indo contra a tradição de personagens femininas fortes na saga), a falta de um protagonista principal e o foco quase que total em fãs da série em detrimento da qualidade cinematográfica.
Também entendo as críticas de não-técnicos ao fato do todo mundo morrer no final e à semi-bizarrice de um Tarkin 100% digital tirando a força do Diretor Krennic, coisa que eu pessoalmente não gostei também.
Eu entendo tudo isso, mas não estou nem aí.
Não sou técnico, ao menos não em cinema, e só estou interessado em lazer, fantasia e, principalmente, entretenimento. Não sou como o marido da minha cunhada que, em uma ida ao cinema para ver um dos Harry Potter (acho que foi o Cálice Sagrado), saiu cuspindo marimbondos dizendo que havia perdido duas horas de vida e havia saído da sala sem aprender nada.
Não quero aprender nada quando vou ao cinema, quero me divertir e posso dizer que me diverti muito com “Rogue One”.
Me diverti até com o fato de ser um filme de Star Wars sem Jedis, só com menções ao que seria a “religião” Jedi.
E do ponto de vista da diversão, o filme é, provavelmente, um dos melhores da saga.
Alguém discorda?