Primeiro, uma confissão: dentre os personagens da Marvel, nunca gostei muito do Doutor Estranho durante a minha época áurea de leitor de quadrinhos!
Sempre achei meio bizarros aqueles gestos de mão e aqueles nomes diferentes (Vishanti, Agamotto, Cyttorak, Faltine e quetais), sem falar na capa vermelha com aquelas lapelas prestes a furar os olhos dos adversários. Também não me agradava o que eu considerava como a fragilidade da Clea e a passividade do Wong.
Enfim, não era algo muito interessante em comparação com os X-Men, o Aranha ou mesmo o Surfista Prateado, ao menos no meu modesto modo de pensar.
Mesmo sem essa paixão, fui ver o novo filme da Marvel com o peito aberto e várias esperanças de me divertir durante as horas de exibição.
Felizmente, posso dizer que não me arrependi nem um pouco e que talvez (momento “vidraça” se aproximando) tenha visto o melhor filme da Marvel até agora!
Para o meu gosto pessoal, praticamente tudo funcionou no filme, dos atores aos efeitos visuais e, deixando de lado qualquer conhecimento prévio que eu tivesse, foi um filme muito divertido.
Mas como posts sem polêmica tem pouca graça, lá vai a minha: achei meio nonsense a mudança do Mordo no final do filme e isso não tem nada a ver com a comparação com a história dos quadrinhos.
Eu acho até bom quando o cinema não repete os quadrinhos e o Mordo deixa de ser um cara ressentido e invejoso desde a infância do Strange e passa a ser um cara desgostoso com tudo aquilo em que ele acreditava antes da morte da Anciã, mas daí a passar a perseguir e atacar pessoas que praticam a magia, é algo bem diferente. Para mim, é bizarro. Tomara que o futuro traga uma justificativa maior para isso, mas, por enquanto, é o ponto fraco do filme.
No outro extremo, gostei do Strange deixar o Olho de Agamotto no seu local de guarda e não carrega-lo junto ao corpo, como acontece nos quadrinhos. De imediato, isso deve garantir que o Thanos não mate o mago quando pegar a joia do tempo. Por que se há uma certeza nesta vida cósmica é que o Coisa Ruim vai pegar todas as joias e vai quebrar tudo no universo.
Outra coisa que me agradou foi a forma como a cena intercréditos mostrou o link com o filme “Thor Ragnarok”. O Thor é o mala de sempre e o Strange querer ajuda-lo mais para se livrar do sujeito do que por altruísmo foi uma boa sacada. Melhor que isso, só se o Loki resolver trair os dois no final. Ah, vá!
Em resumo, uma estreia bastante razoável, mas que ainda não garante a sequência da franquia para além da Guerra Infinita.