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Não tem como não simpatizar com um filme que começa com o Deadpool brincando com uma caixinha de música em forma de Wolverine com o peito perfurado por um tronco, como na cena mais sentimental do filme “Logan”. Se os responsáveis pelo filme queriam a minha simpatia, a conseguiram antes do primeiro minuto.
A quantidade de piadas e referências a outros filmes é tão grande que demoraria muito tempo para mencionar todas. Basta dizer que sobra para a Marvel e para a DC em igual tamanho. E sobra até para o “Frozen”.
A morte da Vanessa, a namorada com quem o Wade faz planos de ter filhos, logo no começo do filme deixa as coisas bem mais pesadas do que o normal, mas isso não quer dizer que o filme fique sério ou dramático demais, apenas que ele ganha um intervalo na zoeira.
As cenas na mansão são bem pensadas, principalmente aquela em que o Fera fecha a porta de uma sala em que estão o Professor X, o Noturno, o Ciclope, a Tempestade e o Mercúrio enquanto o Wade se lamenta por só ter que lidar com o Colossus. Aliás, desde o primeiro filme parece que o Colossus foi destacado para ser a babá do Deadpool e o responsável por convencê-lo a entrar para os X-Men, o que todo mundo sabe que é um caso perdido.
Talvez eu precise ver o filme mais algumas vezes para entender o que o Wade percebeu no seu primeiro encontro com o Firefist no Instituto Essex (Senhor Sinistro chegando?) e que o fez forçar o envio de ambos para a Geladeira, a super prisão para mutantes, mas o certo é que isso não foi acidental.
O fato do Peter do Ei Nerd estar certo sobre a presença do Black Tom Cassidy e do Fanático não estragou a surpresa e a dinâmica do filme, apenas aumentou a expectativa sobre a forma como o Deadpool lidaria com ambos após remover o colar inibidor de poderes mutantes. Que ele iria matar meia prisão no processo já era sabido, mas fiquei curioso para ver o que ele faria com o Cain Marko.
O que vem depois que o Cable finalmente entra em ação na Geladeira é meio ridículo se estivesse em qualquer outro filme, mas até que se encaixa bem em um filme do Deadpool: Wade forma a X-Force que morre quase que inteira ao pular de paraquedas de um helicóptero para interceptar o comboio que leva o Firefist. É uma morte mais inacreditável do que a outra! Tem até o Brad Pitt aparecendo no momento da morte do Vanisher! Gezuis!!
Como tem sido costume nos atuais filmes de heróis, o trailer trouxe cenas falsas ou, no mínimo, diferentes das que aparecem no filme, tudo para levar o hype para uma direção diferente da correta. Jogo sujo, mas está valendo!
A única sobrevivente da X-Force, a Dominó, acaba sendo a grande atração do filme, com seus poderes de sorte resolvendo quase toda a situação, mesmo depois que o Cable aparece de novo.
Mais mortes ridículas de prisioneiros mutantes, mais feridas inimagináveis no Wade, mais dureza do Cable e o filme segue mais ou menos no mesmo ritmo de antes. Até que aparece o Fanático e a selvageria sai do controle.
O combate final, principalmente a parte entre Colossus e Fanático, é bem legal, mesmo com a eletrocução anal do Marko quando o casal, Yukio e Míssil Adolescente Megassônico entram no combate. Meio esdrúxula, até para um filme do Deadpool.
Resumo da ópera: o final meio sentimental demais para o meu gosto não estraga e experiência geral e acaba sendo um filme divertido, que não chega aos pés de “Logan” ou “Guerra Infinita”, mas que aponta um caminho bem interessante para quando a Disney começar a lidar com os X-Men e os demais personagens da Fox.
Ah, sobre as cenas pós-créditos (são duas), o burburinho pré-filme tinha razão: são possivelmente as mais legais feitas até agora para um filme de heróis. O grande problema é o já citado problema de viagens no tempo e as referências circulares, mesmo que as mortes do Deadpool na versão do “Wolverine Origens” e do Ryan Reynolds antes de fazer “Lanterna Verde” tenham muito valor.
Resta o benefício da volta da Vanessa e das possibilidades que isso traz nos próximos filmes.